DENDEICULTURA E DESCAMPESINIZAÇÃO NA AMAZONIA PARAENSE
Resumo
A dendeicultura na Amazônia paraense constitui um dos momentos mais enigmáticos de reprodução do capital no espaço agrário, posto que reedita fatos e discursos típicos do ufanismo da década de 1970, que proclamavam a Amazônia como fronteira agrícola, produtora de alimentos e assim atraía o capital financeiro de bancos e mesmo multinacionais para o meio rural. Indicamos alguns componentes dessa nova situação geográfica que se desenha no espaço agrário amazônico. Expomos, em largos traços, uma tendência que visualizamos no horizonte regional onde o evento da dendeicultura aporta, quais sejam, a descamponeização, isto é, a formação de um campo sem camponeses, posto que estes se metamorfoseiam, paulatinamente, em trabalhadores para o capital, seja como assalariados das empresas ou mesmo associando-se aos projetos de agricultura familiar. Para tanto, sustentamo-nos em dados de pesquisas sobre e na microrregião de Tomé-Açu, composta pelos municípios de Acará, Concórdia do Pará, Moju, Tailândia e Tomé-Açu, realizada pelo Grupo de Pesquisa Dinâmicas Territoriais do Espaço Agrário na Amazônia, o qual coordenamos.
NAHUM, João Santos; DOS SANTOS BASTOS, Cleison. Dendeicultura e descampesinização na Amazônia paraense. CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, v. 9, n. 17, 2014. Disponível em: < http://www.seer.ufu.br/index.php/campoterritorio/article/view/23628>.