PAISAGEM RURAL DA MICRORREGIÃO DE TOMÉ-AÇU SOB A ÓTICA BERTRANDIANA
Resumo
A formação da paisagem da Microrregião de Tomé-Açu (MRGTA) caminha pari passu com a reorganização e a configuração espacial desse território, agrupando intencionalidades sociais, que introduzem nos lugares onde aportam novas temporalidades e espacialidades segundo as lógicas dos mercados mundiais. As estradas, a exploração agropecuária e a expansão urbana são algumas das perturbações significativas nas Unidades de Paisagens (UPs) rurais dessa microrregião. O desafio deste trabalho foi ler e interpretar os Mosaicos de Unidades Homogêneas (MUH) através do sistema hierarquizado tripolar bertrandiano GTP (Geossistema-Território-Paisagem), das unidades superiores e inferiores, destacando a complexidade da paisagem rural. Utilizou-se de bases secundárias oriundas de instituições do Governo Federal para representação cartográfica das MUH. Posteriormente, organizou-se um Banco de Dados Geográficos através do Sistema de Informação Geográfica (SIG) QGis 2.18. Com os resultados, evidencia-se que alguns MUH se encontram bem diferentes dos tempos passados, representando uma pluralidade de formas e estruturas de ocupações, principalmente quanto à reprodução do capital, viabilizado e difundido pela ação estatal/empresarial, em especial da paisagem monótona da monocultura do dendê, que tem um arranjo único que causa impacto sociocultural no conjunto geográfico estudado. Do ponto de vista bertrandiano, revela-se que a paisagem da MRGTA possui um conjunto de formas heterogêneas (naturais e artificiais) que possibilitam interpretações particulares de vários tempos, escritos uns sobre os outros, e com idades e heranças de diferentes momentos. Por fim, constata-se que a paisagem da MRGTA possui uma complexidade, e a metodologia aplicada possibilitou ler as marcas e matrizes na paisagem, deixadas no tempo e no espaço dessa microrregião do agronegócio.
DOS SANTOS¹, Leonardo Sousa et al. Paisagem rural da microrregião de Tomé-Açu sob a ótica bertrandiana. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 12, n. 07, p. 2694-2715, 2019. Dsiponível em: < https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/view/242041>.